Testemunhos de gelo podem decifrar o enigma do aquecimento global

Um grupo internacional de investigadores que trabalha no Tibete descobriu novas pistas sobre o clima da Terra primitiva. Estas pistas vêm na forma de testemunhos — também chamados núcleos — de gelo retirados da calote de gelo de Guliya, que se pensa conter informações sobre os componentes da atmosfera ao longo dos últimos 200 mil anos.

Os cientistas estão a começar a análise de um dos três núcleos de gelo recuperados pela expedição no verão passado. Lonnie G. Thompson, líder da equipa de investigação, disse que este núcleo pode revelar novas ideias sobre o clima da Terra ao longo das últimas quatro eras glaciais.

Uma melhor compreensão destes padrões climáticos irá contribuir para o debate sobre o assim chamado "aquecimento global".

Alguns cientistas acreditam que o dióxido de carbono produzido pelo homem está a fazer com que a Terra aqueça perigosamente. Esta opinião é corroborada por alguns estudos de testemunhos de gelo. Contudo, os céticos questionam essa opinião, argumentando que não temos evidência de que o aquecimento não é simplesmente uma parte natural das flutuações climáticas do planeta.

Os testemunhos de gelo contêm "fósseis" atmosféricos — bolhas de gases e poeira preservados de diferentes épocas da história da Terra. Thompson explicou que "estes arquivos de longo prazo vão-nos permitir considerar a variabilidade natural do clima ao longo de períodos extensos …."

Resultados de outro núcleo do gelo retirado da Antártica sugeriram que os níveis de dióxido de carbono e a temperatura aumentaram e diminuíram em sincronia ao longo dos últimos 160 mil anos, subindo atualmente para níveis sem precedentes.

No entanto, os cientistas ainda não chegaram a uma conclusão sobre a questão principal inspirada pelos dados dos núcleos de gelo: Será que níveis mais altos de dióxido de carbono realmente causam o aumento da temperatura?

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