Aulas Saber Ciência Caixas mistério para os níveis 3-5

Autora: Sharon Janulaw, The University of California Museum of Paleontology, Berkeley

*Por favor, note que estes procedimentos foram modificados a partir de Caixas Mistério: Incerteza e colaboração por Jean Beard, de modo a que a lição possa ser utilizada de forma eficaz com os alunos do 3º ao 5º ano. Para conceitos e informações sobre como preparar as caixas mistério, veja a lição original.

Resumo: Caixas mistério têm sido utilizadas com êxito com alunos do 3º, 4º e 5º ano, nesta versão modificada para introduzir a natureza e o processo da ciência. Os professores destes níveis devem concentrar-se em fazer com que os alunos compreendam que a ciência é incerta e que os cientistas baseiam as suas conclusões na evidência disponível. Evidência adicional pode fortalecer as suas explicações ou causar a revisão dessas explicações.

Conceitos:

Nível de Ensino: 3-5

Materiais: Veja Caixas Mistério: Incerteza e colaboração (http://www.indiana.edu/~ensiweb/lessons/mys.box.html)

Tempo: Uma aula

Organização: Pares, e todo o grupo

Sugestões: Ao usar Caixas mistério com alunos do 3º, 4º, ou 5º ano, os professores devem estar cientes das competências dos alunos em observar e descrever objetos. Alunos do 3º ano (ou 4º ou 5º) podem ter tido experiências e prática de utilização de palavras para descrever o tamanho, forma, cor, textura, etc de um objeto. Isto deveria permitir-lhes fornecer descrições mais precisas das caixas. Se os alunos não tiveram a oportunidade de aprender a usar palavras descritivas, eles terão dificuldade em verbalizar as suas observações. Eles podem dizer que a caixa é bonita, que é o que sentem em vez de uma descrição do que observam com os seus sentidos. Os alunos precisam que lhes seja ensinada esta habilidade fundamental antes de trabalharem com Caixas mistério.

Alunos do 3º ano parecem estar mais abertos a não olhar para dentro das Caixa Mistério do que os alunos do 4º ou 5º ano. Alunos do 3º ano aceitam não saber com certeza, e aceitam decidir qual é a melhor ideia baseando-se na evidência que têm à sua disposição. Quando a natureza da ciência é discutida e são dados aos alunos exemplos de cientistas que sabem sobre as coisas (tais como buracos negros e dinossauros), sem as terem realmente visto, os alunos parecem ser capazes de compreender que os cientistas tiram conclusões com base na evidência que têm e que os cientistas podem rever as suas conclusões com base em nova evidência. Quanto mais velhos os estudantes, mais eles querem saber qual é a única "resposta certa".

Realização da Atividade:

  1. Diga aos alunos para pensarem sobre a palavra observação e peça-lhes para falarem com o seu vizinho sobre o que fazemos quando fazemos uma observação. Peça aos pares para compartilharem com a turma a sua descrição do que significa fazer uma observação. Se for necessário, guie os alunos modelando como se faz uma observação. A descrição deve incluir o uso dos nossos sentidos para descrever o tamanho, forma, cor, textura, cheiro, som, etc de um objeto.
  2. Diga aos alunos que a cada um deles será dada uma caixa, que eles vão deixar em cima da mesa, e só vão usar o seu sentido da visão para começar a fazer as suas observações. (Alunos na mesma mesa devem ter caixas com números diferentes escritos nelas.) Anote as observações dos alunos num gráfico. (Estas devem ser observações e não opiniões: "A caixa é branca" e não "A caixa é bonita.")
  3. Diga aos alunos que, quando terminar de falar, eles terão a chance de pegar na caixa que está à frente deles. Diga-lhes que eles podem olhar atentamente para a caixa, sentir a caixa, cheirar da caixa, e ouvir a caixa. A regra é: A caixa deve ficar fechada.
  4. Depois de os alunos terem tido um ou dois minutos para fazer mais observações, peça-lhes para compartilharem as suas observações. Anote as suas ideias. (Eles deveriam descrever tamanho, forma, textura, o que ouvem, etc)
  5. Diga aos alunos que a sua próxima tarefa é pensar sobre como é o interior da caixa. Eles podem imaginar que estão em pé acima da caixa olhando para ela. Se eles pudessem ver através do topo, qual seria o aspeto do interior? Diga-lhes que eles devem mover a caixa lentamente para ouvir o que está a acontecer dentro da caixa. Existem quaisquer obstáculos? De seguida, eles devem desenhar o que eles acham que é o aspeto do interior numa folha papel. Quando eles tiverem feito isso, devem vir para o quadro e desenhar o seu desenho do interior da caixa no quadro. Prepare o quadro escrevendo o número de cada caixa numa área separada no quadro, e desenhando caixas suficientes sob o número para igualar o número de alunos que têm essa caixa numerada.
  6. Quando todos os alunos tiverem desenhado o interior da sua caixa no quadro, peça aos alunos para olhar para os dados, (ou seja, os desenhos), e dizer em que é que reparam.
  7. Pergunte até que ponto é que eles estão confiantes sobre o seu desenho. Peça-lhes para pensar sobre o que os cientistas fazem quando querem obter mais informações sobre as suas ideias. Diga aos alunos (se isso não for mencionado), que uma coisa que os cientistas fazem é colaborar com outros cientistas.
  8. Pergunte aos alunos o que é que os iria ajudar a se sentirem mais confiantes.
  9. Com base nas suas sugestões (se possível), divida-os em grupos para posterior recolha de informação, comparações e análise. Peça a cada grupo para trabalhar em conjunto para chegar a um acordo sobre o que o interior da caixa parece. Diga-lhes que, quando eles chegarem a um acordo sobre o interior da caixa, o grupo deve enviar uma pessoa ao quadro para desenhar aquilo que concordaram. O seu representante deve fazer o desenho debaixo das caixas iniciais e deixar os seus primeiros desenhos no quadro.
    Resumo e reflexão
  1. Quando cada grupo tiver desenhado o interior da caixa com que concordaram, organize uma discussão de turma sobre os procedimentos que o grupo usou. Peça a alguém de cada grupo para descrever o processo pelo qual o seu grupo passou para chegar ao seu desenho final. Oriente-os de modo a que eles digam o que fizeram, não o que eles decidiram. Isso não vai ser fácil para eles. (Eles podem compartilhar que trocaram as caixas, que compararam impressões, disseram e mostraram uns aos outros como investigar uma caixa e o que procurar/ouvir. Você pode querer descrever diversas interações que observou enquanto eles estavam a trabalhar.)
  2. Pergunte aos alunos até que ponto é que eles estão confiantes sobre os seus desenhos finais. Pergunte o que os faz sentirem-se assim. Discuta como é que o que eles fizeram é semelhante à forma como os cientistas trabalham. Há muitas coisas que os cientistas conhecem, sem nunca as ter visto. Nós sabemos sobre os buracos negros, o interior da Terra, etc com base em dados que os cientistas recolheram sem nunca terem visto essas coisas. Fale sobre a ciência ser incerta, e que as ideias na ciência podem mudar quando obtemos mais informações.
    Recolha as caixas quando a discussão sobre as técnicas de investigação dos alunos e a sua relação com a forma como os cientistas trabalham tiver terminado.
  3. Os alunos geralmente querem saber se o seu desenho está certo. Fale acerca do processo que usámos: recolha de dados através dos nossos sentidos, e chegar a uma conclusão lógica com base em dados. Ajude os alunos a perceber que, na ciência, nunca saberemos a resposta totalmente real a qualquer questão científica, mas, muitas vezes, chegamos suficientemente perto para fins práticos e exploração futura.

 
Uma aula Saber Ciência
© 2010 The University of California Museum of Paleontology, Berkeley, and The Regents of the University of California