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  Ciência e religião: Diferenças reconciliáveis
Com os fortes protestos nos EUA de um pequeno número de grupos religiosos acerca do ensino em escolas públicas de conceitos científicos como a evolução e o Big Bang, e as proclamações igualmente fortes feitas por alguns cientistas com convicções anti religiosas, às vezes pode parecer que a ciência e a religião estão em guerra. As notícias estão cheias de relatos de reuniões de direções de escolas, sessões do Congresso, e sermões em que cientistas e líderes religiosos se atacam uns aos outros. Mas até que ponto são esses conflitos representativos? Não muito. A atenção dada a esses confrontos escamoteia os casos, muito mais numerosos, em que a ciência e a religião coexistem de forma harmoniosa, e até mesmo de forma sinérgica.

Uma pessoa pode ser religiosa e científica.
Na verdade, muitas pessoas de diferentes fés e níveis de conhecimentos científicos não veem nenhuma contradição entre ciência e religião. Muitos simplesmente, reconhecem que as duas instituições lidam com domínios diferentes da experiência humana. A ciência investiga o mundo natural, enquanto que a religião lida com o espiritual e o sobrenatural — portanto, as duas podem ser complementares. Muitas organizações religiosas emitiram declarações declarando que não há necessidade de haver qualquer conflito entre a fé religiosa e a perspetiva científica sobre a evolução.1

Francis Collins

Para além disso, ao contrário do estereótipo, não é de todo preciso ser-se ateu para se ser cientista. Uma pesquisa feita em 2005 sobre cientistas das melhores universidades de investigação descobriu que mais de 48% tinha uma afiliação religiosa e mais de 75% acreditam que as religiões transmitem importantes verdades.2 Alguns cientistas — como Francis Collins, ex-diretor do National Human Genome Research Institute, e George Coyne, astrónomo e sacerdote — falaram claramente sobre a satisfação que encontram em ver o mundo tanto através da ciência como através da fé.

Isto não quer dizer que a ciência e a religião nunca entram em conflito. Embora os dois geralmente lidem com reinos diferentes (natural vs. espiritual), quando estão em causa questões na sua interface, por vezes surgem divergências. E, por vezes, um dos lados atravessa a fronteira. Por exemplo, quando dogmas religiosos fazem reivindicações fortes sobre o mundo natural (afirmando que o mundo foi criado em seis dias, como algumas interpretações literais da Bíblia podem exigir), a fé e a ciência podem encontrar-se em conflito.

Embora tais conflitos podem obter notícias e tempo de antena nos meios de comunicação social, é importante lembrar que, nos bastidores e fora dos holofotes, existem muitos casos em que as perspetivas religiosas e científicas não estão, de todo, em conflito. Milhares de cientistas realizam a sua investigação, mantendo as suas crenças espirituais pessoais, e um número ainda maior de pessoas comuns vê o mundo natural através de uma lente científica baseada em evidência, e o mundo sobrenatural através de uma lente espiritual. Aceitar uma visão científica do mundo não requer desistir da fé religiosa.

resumo
Pessoas de muitas religiões e níveis de conhecimentos científicos diferentes não veem contradição entre ciência e religião.


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1National Center for Science Education. Voices for evolution. Retrieved December 29, 2008.
2Ecklund, E.H., and C.P. Scheitle. 2007. Religion among academic scientists: Distinctions, disciplines, and demographics. Social Problems 54(2):289-307.

Foto de Francis Collins courtesia da National Institutes of Health


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