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A estrutura do ADN
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  Franklin entra na corrida
Rosalind Franklin a trabalhar em 1954

Rosalind Franklin a trabalhar em 1954.
 
Enquanto Crick e Watson juntavam forças em Cambridge, as coisas também estavam a mudar no laboratório de Wilkins, na Universidade de Londres. Os resultados preliminares tinham sido emocionantes — eles sabiam que o ADN tinha uma estrutura regular — mas ainda tinham que descobrir como era essa estrutura. Foi necessária ajuda especializada para melhorar e interpretar os resultados de raios-X. Felizmente, Rosalind Franklin, uma cientista que se especializou em difração de raios-X, tinha acabado de chegar ao laboratório. Franklin estava habituada a trabalhar com materiais desorganizados que vinham de seres vivos — ela tinha acabado de terminar um estudo importante sobre a aplicação da difração de raios-X ao carvão, os restos comprimidos de antigas plantas dos pântanos. Ela foi convidada a usar a sua experiência no projeto ADN, e ficou logo interessada.

Franklin começou a trabalhar com Raymond Gosling, o estudante de doutoramento que tinha incentivado Wilkins a tentar a difração de raios-X nas suas amostras de ADN. Durante o verão de 1951, ela ensinou a Gosling as técnicas de difração de raios X muito precisas desenvolvidas por ela. Expuseram a amostra especial de ADN de alta qualidade a uma gama de diferentes humidades, de molhado a seco. Na atmosfera seca, os fios pareciam engrossar, e os padrões de raios X de dispersão transformavam-se num padrão nítido com diversos pontos distintos. À medida que adicionavam humidade à atmosfera, os fios esticavam, e a imagem observada por raios-X mudava para uma forma clara em 'x'.

Padrões de difração de raios-X para as duas formas de ADN

Padrões de difração de raios-X para as duas formas de ADN, à esquerda, a forma A, à direita, a forma B.

Os dois padrões diferentes demonstraram que o ADN existe em duas formas: a forma seca A que continha menos água, e a forma B molhada, em que as moléculas de água se agarram ao ADN, fazendo com que ele se estique. As primeiras imagens de raios-X de ADN tiradas por Wilkins e Gosling tinham sido nítidas, mas continham alguns pontos borrados e confusos. As novas imagens de Franklin e Gosling explicaram porquê: as imagens anteriores tinham sido baseadas numa mistura que continha ambas as formas.

O ADN pode absorver muitas moléculas de água, mudando a sua estrutura.

O grupo da Universidade de Londres tinha descoberto agora várias pistas importantes para a estrutura do ADN: era cristalino, pelo menos uma das suas formas tinha a forma de uma hélice, e muitas moléculas de água podiam agarrar-se a ela. Franklin levou as coisas um passo adiante, encaixando algumas das peças do puzzle existentes. Com base na facilidade com que o ADN atraiu água, argumentou que os fosfatos (que atraem a água) devem estar do lado de fora da hélice. A equipe de Londres estava no bom caminho — mas estavam prestes a enfrentar forte concorrência por parte de um grupo com outra abordagem.

Fosfatos estão localizados no exterior da molécula de ADN.

 



Foto de Franklin © Coleção Henry Grant / Museu de Londres; padrões de difração de formas A e B de ADN cortesia de Biblioteca e Arquivo do Laboratório Cold Spring Harbor, coleção James D. Watson

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