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Com um grande sobressalto resolvido e uma melhor compreensão da atmosfera, Molina e Rowland estavam prontos para o próximo teste da sua hipótese. O objeto de atenção era o monóxido de cloro um dos produtos da destruição do ozono. Uma vez que não há outra fonte conhecida de monóxido de cloro, encontrar este produto químico na atmosfera superior apoiaria fortemente a ideia de que o cloro está a destruir o ozono. No entanto, a quantidade de monóxido de cloro que os cientistas estavam à procura era minúscula seria como tentar detetar uma única gota de corante numa piscina olímpica cheia de água.
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Balões de alta altitude transportam aparelhos de medição sensíveis até à atmosfera superior para verificar os níveis de ozono. |
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A tarefa era ainda mais difícil, porque os instrumentos sensíveis necessários para detetar as moléculas tinham de ser levados em balão para a atmosfera, tomar medidas rapidamente, e sobreviver a viagem de pára-quedas de volta à terra. Apesar destas dificuldades, o cientista atmosférico James Anderson conseguiu obter a evidência crítica. Anunciados no final de 1976, os resultados mostraram uma proporção de cloro para monóxido de cloro muito próxima do valor esperado se a hipótese de Molina-Rowland fosse exata.
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Um gráfico que mostra a produção mundial de três tipos principais de CFC entre 1970 e 1988. O ponto marca o ano (1977) em que a eliminação dos CFCs nos EUA foi anunciada. |
Essa evidência foi resumida num relatório sobre CFCs solicitado pelo governo federal americano o resultado terrível previsto pela hipótese Molina-Rowland tinha atraído mais interesse além do meramente científico. Dado o crescente conjunto de evidência científica em apoio à hipótese de Molina-Rowland, o governo sentiu que era hora de agir. No dia 11 de maio de 1977, o governo dos EUA anunciou um calendário para a eliminação gradual dos CFCs em aerossóis. Logo depois seguiram-se o Canadá, a Noruega, e a Suécia. Com a eliminação progressiva de aerossóis a ser implementada e uma maior monitorização do nível de ozono do mundo, as coisas pareciam estar a caminhar na direção certa. Mas o ímpeto logo se dissipou e não conseguiu inspirar novas mudanças políticas. De facto, a produção mundial de CFC baixou apenas ligeiramente antes de começar a crescer rapidamente outra vez no início de 1980. Molina e Rowland defenderam uma proibição total de todas as fontes de produção de CFC (não apenas aerossóis), mas os políticos não estavam a reagir. Apesar de avanços e recuos na ação ambiental, os dois continuaram os seus esforços para compreender totalmente a destruição do ozono, motivados tanto pelo interesse científico como por um desejo de evitar uma possível catástrofe ambiental. Entretanto, uma peça-chave da evidência foi-se revelar num lugar improvável …
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