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O Design Inteligente foi definido pelo seus defensores como a ideia de que "certas características do universo e dos seres vivos são melhor explicadas por uma causa inteligente." Esta "causa inteligente" é muitas vezes assumida como sendo Deus. Apesar disso, alguns tentaram retratar o Design Inteligente como sendo uma teoria científica incipiente, quase pronta para se juntar à corrente principal da ciência. Oponentes dessa ideia argumentaram que o Design Inteligente não passa de criacionismo disfarçado.1
Então, qual das duas posições é a mais correta? Use o Guia da Ciência para avaliar as diferenças entre Design Inteligente e ciência:
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Bactéria (E. coli) com flagelos. |
Foca-se no mundo natural? O Design Inteligente é promovido como sendo uma explicação para a diversidade da vida e para as características anatómicas e moleculares de muitos organismos (por exemplo, o flagelo das bactérias, na foto à direita). |
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Tem como objetivo explicar o mundo natural? O Design Inteligente tem a pretensão de explicar o mundo natural mas as explicações que oferece são dramaticamente incompletas. Por exemplo, o Design Inteligente explica a existência de um tipo de flagelo bacteriano com a ação de um Designer Inteligente, mas não oferece nenhuma informação sobre a forma como o designer pode ter construído o flagelo ou sobre quem esse designer possa ser. |
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Usa ideias testáveis? As ideias científicas geram expetativas específicas sobre observações do mundo natural que podem apoiar ou refutar a ideia. No entanto, porque o Design Inteligente não especifica o que o Designer é ou como o Designer opera, não pode gerar expetativas suficientemente específicas para nos ajudar a descobrir se as suas premissas básicas estão corretas ou incorretas. O design inteligente é intestável.
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Baseia-se em evidência? Porque o mecanismo central do Design Inteligente é intestável, não há evidência relevante para a ideia. No entanto, alguns proponentes do DI fizeram reivindicações testáveis que têm mais a ver com desacreditar a evolução do que com o mecanismo do Design Inteligente. Estas reivindicações (por exemplo, que os componentes de flagelos bacterianos não podem funcionar independentemente uns dos outros) foram testados e refutados pela evidência. |
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Envolve a comunidade científica? Os defensores do Design Inteligente raramente publicaram artigos sobre o DI em revistas científicas estabelecidas, e resistiram a modificar as suas ideias em resposta ao escrutínio da comunidade científica. Esses defensores organizaram-se numa comunidade mas uma comunidade dedicada a promover a sua ideia, e não a descobrir como o mundo natural realmente funciona. |
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Algumas revistas destacando novas pesquisas sobre flagelos bacterianos. Foi a teoria da evolução, e não o Design Inteligente, que nos ajudou a saber mais sobre este sistema. |
Conduz a novas investigações? Até agora, não há casos documentados de investigação sobre o Design Inteligente contribuindo para uma nova descoberta científica. Os proponentes do Design Inteligente, é claro, continuam a escrever sobre a ideia, mas este trabalho não é gerador ou seja, ele tende a repetir-se e não ajuda a construir explicações novas e mais detalhadas. Os defensores do Design Inteligente tendem a concentrar-se em criticar explicações evolutivas específicas (por exemplo, sobre flagelos bacterianos). Ironicamente, a má aplicação da teoria da evolução e a incompreensão da natureza da ciência inerente a essas críticas foi tão frustrante para biólogos evolucionários, que por vezes aumentaram os seus esforços de investigação nas áreas atacados pelo DI. Hoje em dia sabemos muito mais sobre como o flagelo bacteriano evoluiu do que há dez anos atrás! |
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Os investigadores comportam-se cientificamente? Embora haja diversidade dentro do grupo, os proponentes do Design Inteligente geralmente não satisfazem as normas de bom comportamento científico no seu trabalho sobre DI, em vários aspetos. Primeiro, poucos utilizam conhecimento científico existente. Muitos interpretam erradamente a teoria da evolução e a natureza da ciência, e não compreendem a investigação atual em determinada área antes de a criticarem. Talvez o mais importante, porque o Design Inteligente é intestável, os proponentes são incapazes de submeter as suas ideias a testes de modo significativo, e não conseguem avaliar se as suas ideias são apoiadas por evidência. |
Agora é consigo. O design inteligente é uma ciência?
Para ver a nossa resposta, clique aqui.
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O Design Inteligente é muito diferente da ciência. Embora a ideia lide com fenómenos do mundo natural, a investigação nesta área não tem nenhuma das outras características da ciência. O mais importante é que, apesar de proponentes do DI às vezes fazerem reivindicações testáveis e refutadas que se relacionam com a teoria da evolução, o próprio Design Inteligente não é testável e, portanto, não pode ser validado pelo método central da ciência testar ideias com evidência do mundo natural.
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