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A estrutura do ADN
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  Uma falsa partida
A fim de tentar construir um modelo , Crick e Watson ainda precisavam de dados sobre o ADN como um ponto de partida. A construção de modelos moleculares funciona porque permite que os pesquisadores explorem diferentes hipóteses sobre as estruturas moleculares, e assim permite ver quais hipóteses se ajustam bem ao nosso conhecimento sobre como os átomos se unem e com evidência que temos sobre a estrutura de uma molécula em particular, como o ADN. Mas a evidência sobre a estrutura do ADN vinha principalmente da difração de raios-X, domínio de Wilkins e Franklin.

Felizmente para Crick e Watson, a comunicação de evidência e resultados é uma parte normal do processo da ciência. Eles mantiveram-se atentos a qualquer conferência ou artigos relacionados com a estrutura do ADN, e assim que soube que Franklin ia compartilhar as suas descobertas numa palestra na Universidade de Londres, Watson fez planos para ir. Na apresentação, Franklin mostrou padrões de difração de raios-X produzidos por ADN A e B, e discutiu como as duas formas pareciam ser produzidas quando se expunham as moléculas de ADN a diferentes quantidades de água. Ela também descreveu o espaçamento entre os átomos do ADN, com base nos seus padrões de difração de imagens. Watson ouviu com interesse. No entanto, no dia seguinte, a sua memória falhou quando ele se encontrou com Crick para discutir a evidência que Franklin tinha compartilhado. Em particular, ele não se conseguia lembrar de quanta água Franklin tinha dito estar à volta da molécula. No entanto, Crick tinha experiência em difração de raios-X e pensou que poderia descobrir o resto. Decidiram então que tinham evidência suficientes para construir um modelo da estrutura do ADN.

Uma peça do puzzle passa de Franklin para Watson e Crick

No modelo, três longas voltas da cadeia açúcar-fosfato eram mantidas juntas por iões de magnésio, e as bases saíam para o exterior desta espinha dorsal central. Watson e Crick animadamente convidaram Wilkins, Franklin e Gosling para vir ver o modelo. Quando Franklin chegou, ela viu logo que Watson se tinha lembrado de várias coisas incorretamente — em particular, ele tinha-se esquecido da quantidade de água que cercava cada vertente. Os cristais de ADN continham pelo menos dez vezes a quantidade de água que o seu modelo podia conter, e não havia evidência de que o ADN contivesse qualquer magnésio. Se assim fosse, toda essa água agarrar-se-ia aos íões de magnésio, rasgando a molécula. Ficou claro que a hipótese que Watson e Crick tinham formulado usando os seus modelos de metal e arame não se encaixava nas evidências disponíveis sobre o ADN. Teria de ser rejeitada.

O modelo de Watson e Crick colocava erradamente as bases na parte externa da molécula de ADN com os fosfatos para dentro, ligados por iões de cálcio ou de magnésio

O modelo de Watson e Crick colocava erradamente as bases na parte externa da molécula de ADN com os fosfatos para dentro, ligados por iões de cálcio ou de magnésio.

veja também
Uma das principais características da ciência é que ela se baseia em evidência. Quando as ideias — como a primeira tentativa feita por Watson e Crick sobre a estrutura para o ADN — não se encaixam nas evidências disponíveis, são em última análise rejeitadas ou modificadas. Para saber mais, visite A ciência baseia-se em evidência.




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