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Destruição do ozono
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  Finalmente evidência
Uma das vantagens de uma comunidade cientifica grande e diversificada é que muitos cientistas podem trabalhar simultaneamente no mesmo problema, sob diferentes ângulos. Alguns cientistas trabalharam em laboratórios refinando as sub-hipóteses contidas nos modelos e na hipótese de Molina-Rowland. Alguns trabalharam no desenvolvimento de modelos mais sofisticados que podem determinar com mais precisão os resultados esperados. E outros trabalharam na obtenção de medições atmosféricas para testar a hipótese.

Ozone concentration fluctuations between 1926 and 1975

Os níveis de ozono oscilam tão amplamente que é difícil de detetar as tendências subtis ao longo de um período de curto prazo, como mostrado por estas medições do ozono para a atmosfera sobre a Suíça tomadas entre 1926 e 1975.
 
O teste final da hipótese Molina-Rowland seria encontrar destruição real do ozono, mas, em 1975, essa evidência não era fácil de encontar. Primeiro que tudo, de acordo com os modelos, seria necessário um longo tempo para que os CFC subissem suficientemente na atmosfera para serem decompostos — e isso significa que devemos esperar um espaço de tempo entre o momento em que CFCs são libertados e o momento em que a camada de ozono é danificada. Em segundo lugar, os níveis de ozono flutuam naturalmente - até 10%, dependendo da estação do ano, hora do dia, e emissão de energia pelo sol — e toda esta variação faz com que seja mais difícil detetar mudanças subtis no nível médio de ozono. A hipótese de Molina-Rowland previa que, mesmo com a reação retardada, alguma destruição do ozono já teria ocorrido por volta de 1975, mas teria sido impossível de separar de todas as flutuações naturais nos níveis de ozono.

Em vez disso, os cientistas viraram-se para uma expetativa diferente gerada pelos modelos: os níveis de CFC que deveriam ser encontrados a diferentes altitudes. De acordo com os modelos, os CFCs deveriam ficar completamente inalterados na baixa atmosfera mas ser destruídos pela radiação solar a altas altitudes. Em 1975, utilizando aviões e instrumentos em balões, dois grupos independentes de cientistas mediram as concentrações de CFC em diferentes altitudes. Os seus resultados confirmaram que os CFCs chegavam à camada superior da atmosfera em quantidades compatíveis com a ideia de que a passagem através da baixa atmosfera deixa os CFCs incólumes. Os resultados também mostraram que, ao passarem através da atmosfera superior, os CFCs estavam a ser destruídos às taxas previstas pela hipótese de Molina-Rowland.

The Molina-Rowland Hypothesis

Apesar desta evidência, alguns não estavam convencidos de que a proibição de CFCs fosse a ação correta. Dado o grande impacto económico de uma proibição — estimou-se que as indústrias que dependiam da produção de CFC gerassem 8000 milhões de dólares em negócios e empregassem 200 mil pessoas em 1974 — vários cientistas da área defendiam esperar alguns anos para que a ciência fizesse mais progressos na questão antes de se tomarem decisões políticas. Eles não duvidavam da validade científica das hipóteses, apenas se uma proibição seria a decisão mais sensata. Os fabricantes de CFC, por outro lado, estavam a tentar lançar dúvidas sobre a hipótese de Molina-Rowland de qualquer maneira que pudessem. Os porta-vozes da industria minimizaram repetidamente a ideia como "apenas uma hipótese", sem mencionar os elementos de evidência que a apoiavam. A indústria também trouxe o seu próprio "especialista", Richard Scorer, para desafiar as ideias de Molina e Rowland, patrocinando uma ronda de um mês de palestras — Richard Scorer é um professor conhecido pelas suas pesquisas sobre a poluição, um fenómeno da baixa atmosfera. Apesar de toda a propaganda da indústria dos CFCs, o facto que Scorer não tinha publicado um único artigo científico sobre a química da atmosfera superior ou realizado qualquer investigação neste campo fizeram dele uma fonte não confiável de informações sobre a hipótese de Molina-Rowland.


veja também
  • Muitos cientistas diferentes trabalharam no problema dos CFCs a partir de diversos ângulos. Para mais informações sobre o papel da comunidade na ciência, ver Ciência: Um empreendimento comunitário.

  • Alguns aspetos do debate sobre os CFCs foram obscurecidos por mensagens nos média. Para mais informações sobre como encontrar fontes confiáveis ​de informação e separar a ciência de deturpações e manipulações, ver Destrinçando mensagens dos média e políticas públicas.




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