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Destruição do ozono
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  Conclusões
Revendo a investigação científica da destruição do ozono, podemos ver como a hipótese de Molina-Rowland evoluiu com novos dados. Quando o nitrato de cloro, um produto químico que amarra o cloro de uma forma segura para o ozono, passou a fazer parte da hipótese, a quantidade esperada de perda de ozono diminuiu. Contudo, quando as nuvens polares foram consideradas, a perda de ozono esperada aumentou. Através de todas estas pequenas revisões, o núcleo da hipótese, a ideia de que os CFCs levam à destruição do ozono, nunca mudou. Retiradas do seu contexto científico, estas flutuações nas expetativas sobre a perda de ozono podem ter parecido indicar que os cientistas estavam confusos ou em desacordo uns com os outros, mas numa inspeção mais próxima, vimos que as flutuações eram uma parte normal do processo científico de como os cientistas chegaram a uma compreensão mais completa de um sistema extremamente complexo, a atmosfera.

Muitas linhas de investigação reforçaram a hipótese de que os CFCs estavam a causar a destruição do ozono.
Muitas linhas de investigação reforçaram a hipótese de que os CFCs estavam a causar a destruição do ozono.

Cloro estratosférico total proveniente de CFCs e outras fontes.
 
Hoje em dia, o spray de cabelo que você vê nas prateleiras dos supermercados não tem CFC, assim como os frigoríficos em lojas de eletrodomésticos, e os aparelhos de ar condicionado novos em carros e casas. A modificação de políticas regulatórias para fazer essas mudanças foi uma vitória alcançada à custa de muito trabalho por políticos e cidadãos preocupados com o meio ambiente — e por Molina, Rowland, e muitos outros cientistas. Não só recolheram evidência científica; eles também investiram uma quantidade considerável de tempo e energia em transmitir os seus resultados e as implicações aos legisladores e ao público. Molina e Rowland tiveram que persistir nesses esforços durante mais de uma década antes que a proibição a que tinham apelado fosse finalmente alcançada! Com a proibição de CFC, os níveis atmosféricos de cloro estão a declinar e a camada de ozono está, esperamos, no seu caminho para a recuperação. Se a nossa compreensão científica atual da situação está correta, o buraco de ozono começará a diminuir significativamente por volta de 2018, com recuperação completa não esperada antes de 2070.

Embora Molina e Rowland recebam a maior parte do crédito — o seu trabalho deu-lhes muitos prémios e honrarias, incluindo o prémio de maior prestígio em química, o Prémio Nobel — evitar com sucesso um desastre ambiental exigiu mais do que apenas os seus esforços. Foi o conhecimento acumulado da comunidade científica que permitiu a Molina e Rowland fundir uma grande quantidade de pedaços de informação aparentemente desconexos numa nova hipótese sobre os efeitos dos CFCs na atmosfera. Os resultados terríveis previstos pelas suas ideias — a destruição da camada de ozono e a perspetiva de aumento dos problemas ambientais e de saúde — levaram muitos cientistas a se envolverem em testar e afinar a hipótese, com químicos, cientistas atmosféricos e modeladores matemáticos todos a contribuírem com peças do quebra-cabeça. Estas diversas perspetivas desempenharam um papel crucial no processo científico, permitindo à ciência construir uma compreensão muito mais completa do fenómeno que se Molina e Rowland tivessem trabalhado sozinhos. Tal como acontece com muitos triunfos científicos, este sucesso não pertence a um indivíduo, mas à comunidade científica como um todo — e à comunidade em geral, que teve a iniciativa de agir sob pressão de descobertas científicas.

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Relatos populares e históricos:

  • Roan, S. 1989. Ozone Crisis: The 15-year Evolution of a Sudden Global Emergency. New York, NY: John Wiley & Sons, Inc.
  • Dotto, L., and H. Schiff. 1978. The Ozone War. Garden City, NY: Doubleday & Company, Inc.
Alguns trabalhos científicos:
  • Molina, M.J., and F.S. Rowland. 1974. Stratospheric sink for chlorofluoromethane: chlorine atom-catalyzed destruction of ozone. Nature 249:810-812.
  • Solomon, S. 1999. Stratospheric ozone depletion: review of concepts and history. Review of Geophysics 37:375-316.

pontos chave
Use esta história para apresentar os alunos do ensino secundário ao Fluxograma da Ciência com esta atividade.



Dados para o cloro estratosférico total da CSIRO Atmospheric Research and Cape Grim Baseline Air Pollution Station, The Australian Antarctic Division and Australian Bureau of Meteorology

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