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Destruição do ozono
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  Mais do que um problema Polar
Evidência para a destruição do ozono sobre os Polos estava a acumular-se — mas o que dizer sobre o resto do planeta? Aqui, os cientistas encontraram um aparente paradoxo. Na década de 1950, as estações de medição em vários locais ao redor do mundo começaram a acompanhar os níveis de ozono locais. Antes da descoberta do buraco da Antártica, os investigadores analisaram os dados dessas estações muitas vezes e não encontraram nenhuma evidência de destruição do ozono — o que não parecia condizer com evidências recentes da destruição do ozono da Antártica. Poderiam estas análises dos níveis de ozono globais ser de confiança? Para responder a essa pergunta, a NASA organizou o Painel de Tendências de Ozono em 1987. Composto por 150 cientistas de todo o mundo, o painel reanalisou esses dados de ozono utilizando um novo procedimento e encontrou uma perda de ozono anual de 1,7–3% no Hemisfério Norte.

Um espectrofotómetro Dobson terrestre em Arosa, na Suíça

Dados de instrumentos baseados em terra, como este espectrofotómetro Dobson em Arosa, na Suíça, não pareciam mostrar qualquer diminuição nos níveis de ozono. O que se passava?

Como poderiam duas interpretações dos mesmos dados terem dado resultados diferentes — sem perda de ozono contra 1,7–3% de perda de ozono? Tal como com os modelos atmosféricos discutidos anteriormente, a explicação está nos detalhes — as suposições que os analistas usaram para combinar os dados. A análise original (que não tinha detetado problemas com a camada de ozono) assumiu que a destruição do ozono era a mesma ao longo do ano, aglomerou todas as medições do ozono num conjunto e usou as médias anuais. A nova análise levou em conta a evidência adicional que sugere que a perda de ozono varia sazonalmente, e assim considerou dados de diferentes latitudes separadamente e os dados de médias para cada mês separadamente. Como o novo processo incorporou muito mais da variação induzida por CFC nos níveis de ozono, foi capaz de detetar uma perda ozono que o procedimento original não poderia detetar.

NMudança na quantidade de ozono no Hemisfério Norte, 1969-1986

Mudança na quantidade de ozono no Hemisfério Norte durante um período de 17 anos. Observe o grande declínio no ozono durante os meses de inverno e como o declínio de inverno é maior em latitudes mais altas.

O relatório do Painel de Tendências de Ozono, lançado em 1988, foi o último prego no caixão dos CFCs. Verificou que a destruição de ozono existia no mundo inteiro e que a causa parecia ser os produtos químicos contendo cloro, principalmente CFC. Finalmente, a comunidade internacional sentiu-se obrigada a legislar a proibição de CFCs. Em 1990, os decisores políticos de 93 países reuniram-se em Londres para assinar um tratado, concordando em abolir os CFCs até 2000 (dando aos países mais pobres mais tempo para encontrar alternativas). Nos dois anos seguintes, como mais resultados de estudos científicos indicaram um aumento da destruição do ozono, a data da abolição foi adiantada para 1996.


veja também
O desafio de pôr de acordo as medições do ozono por satélite e terrestres realça a importância de analisar e interpretar os dados em bruto. Para saber mais sobre este processo, veja Analisando os dados.



Foto do espectro-fotómetro cortesia do Serviço Federal de Meteorologia e Climatologia, MeteoSwiss, Suíça; gráfico da mudança do ozono adaptado a partir da Figura 6.3 em Parson, E.A. 2003. Protecting the Ozone Layer: Science and Strategy. Oxford University Press: New York.

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