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Asteroides e dinossauros
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  Partidas falsas e uma nova pista
Luis Alvarez

Luis Alvarez recebeu o Prémio Nobel da física em 1968.
 
Na época, a maioria dos paleontólogos via a extinção dos dinossauros como um evento gradual concluído pelas extinções do fim do Cretáceo. Para Alvarez, no entanto, o limite K-T certamente parecia catastrófico e repentino — mas o momento do evento ainda era uma questão em aberto: a transição K-T (representada pela camada de argila na estratigrafia) tinha sido gradual ou repentina? Para responder a essa pergunta, ele precisava saber quanto tempo é que a camada de argila tinha levado a ser depositada — mas como é que ele poderia datar um evento que ocorreu há 65 milhões de anos? Walter Alvarez discutiu a questão com o seu pai, o físico Luis Alvarez, que sugeriu o uso de berílio-10, que é depositado a uma taxa constante em rochas sedimentares e depois decai radioactivamente. O berílio talvez pudesse ser usado como se fosse um relógio.

A sua ideia era recrutar Richard Muller, outro físico, para ajudar a medir a quantidade de berílio-10 na camada de argila, corrigir para quanto berílio teria decaído desde então, e depois raciocinar retroativamente para descobrir quantos anos teriam tido que passar para que essa quantidade de berílio tivesse sido depositada. No entanto, antes que eles pudessem realizar as medidas do berílio, eles descobriram que a taxa publicada de decaimento do isótopo estava errada. Cálculos com base nos novos números revelaram que a análise planeada não iria funcionar. Para as quantidades de berílio que eles poderiam detetar, o temporizador na camada de argila com 65 milhões de anos já teria acabado — todo o berílio já teria decaído.

A investigação do berílio acabou por ser um beco sem saída, mas Luis Alvarez depressa encontrou um substituto: irídio. O irídio é extremamente raro na crosta da Terra, mas é mais prevalente em meteoritos e em poeira de meteorito. Eles argumentaram que uma vez que poeira de meteorito e, portanto irídio, chovem sobre a Terra a uma taxa relativamente constante, a quantidade de irídio na argila poderia indicar quanto tempo levou a camada a ser depositada. A observação de irídio com maior concentração (em torno de um átomo de irídio por dez mil milhões de outras partículas) teria implicado uma deposição mais lenta, e menos irídio (uma quantidade pequena indetetável) teria implicado uma deposição rápida e uma transição K-T repentina, tal como mostrado abaixo.

Dois cenários possíveis para explicar o conteúdo de irídio de uma camada de argila

Toda esta secção está disponível em PDF.

veja também
  • Para aprender sobre decaimento radioativo, visite o site da USGS (em inglês).

  • Alvarez e os seus colegas recolheram evidência de forma a construir um argumento científico sobre a taxa de deposição da argila. Para saber mais sobre como os cientistas apoiam ideias com evidência, visite A essência da ciência.

pontos chave
Obtenha ideias para ensinar sobre o decaimento radioativo no Science Education Resource Center (em inglês).




Foto de Luis Alvarez de Ernest Orlando Lawrence Berkeley National Laboratory

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