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Apesar de a estrutura de um argumento científico poder parecer simples — uma hipótese gera expetativas que depois podem ou não ser observadas — juntar as peças todas pode requerer imenso trabalho. Determinar que expetativas são geradas por uma hipótese ou teoria em particular, pode requerer um considerável esforço analítico e conhecimento científico prévio. E recolher os dados necessários para avaliar uma ideia pode requerer ainda mais trabalho (por exemplo, o desenvolvimento de um novo instrumento, como um contador Geiger) e tempo (por exemplo esperar pelo próximo sismo de magnitude 6.0).
Por exemplo, suponhamos a hipótese de que a massa e carga positiva dos átomos se encontram difusas por todo o átomo. A ideia é razoavelmente simples mas, a menos que por acaso saiba imenso sobre física das partículas e eletromagnetismo, as expetativas geradas por esta hipótese não são imediatamente óbvias. O nosso conhecimento nestas áreas sugeriria que, se esta ideia estivesse correta, um feixe de partículas alfa, as quais são muito pequenas e de carga positiva, deveria conseguir atravessar átomos de ouro sem sofrer grande deflexão. Mais uma vez, esta expetativa parece bastante simples mas, na prática, montar a experiência para testá-la é bastante complicado: precisa de um meio de produzir partículas alfa, uma forma de as lançar através de uma folha de ouro, e um método para detetar a sua deflexão. Apenas então conseguirá fazer as observações necessárias para testar a sua hipótese. No inicio do século XX, Ernest Rutherford e os seus colegas efetuaram esta experiência e descobriram que as suas observações divergiam de modo significativo dos resultados esperados: algumas das partículas alfa ricocheteavam e voltavam para trás, tal como se tivessem chocado com algo sólido!
Os resultados não deram suporte à hipótese de que a massa se encontrava distribuída de forma difusa. Todavia, na realidade levaram Rutherford a considerar uma nova hipótese — que os átomos têm um núcleo denso e carregado positivamente — e ajudaram-no a construir um novo argumento científico:
Os testes levados a cabo por Rutherford tiveram como objetivo desvendar a estrutura interna dos átomos — entidades que nos rodeiam o tempo todo. Mas os testes científicos também nos permitem conhecer mais sobre entidades que nos dias de hoje já não existem, como os dinossauros ou os átomos produzidos pelo Big Bang... |
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