Explore uma representação interativa de como a ciência se processa. Página original em inglês Home Glossário pesquisa home Compreender a Ciência Para professores Biblioteca de recursos
Destruição do ozono
página 8 de 13
anterioranterior | seguinteseguinte
  A evidência cresce
Com um grande sobressalto resolvido e uma melhor compreensão da atmosfera, Molina e Rowland estavam prontos para o próximo teste da sua hipótese. O objeto de atenção era o monóxido de cloro — um dos produtos da destruição do ozono. Uma vez que não há outra fonte conhecida de monóxido de cloro, encontrar este produto químico na atmosfera superior apoiaria fortemente a ideia de que o cloro está a destruir o ozono. No entanto, a quantidade de monóxido de cloro que os cientistas estavam à procura era minúscula — seria como tentar detetar uma única gota de corante numa piscina olímpica cheia de água.

O monóxido de cloro deveria estar presente na atmosfera superior.

lançamento da sonda de Ozono

Balões de alta altitude transportam aparelhos de medição sensíveis até à atmosfera superior para verificar os níveis de ozono.
 
A tarefa era ainda mais difícil, porque os instrumentos sensíveis necessários para detetar as moléculas tinham de ser levados em balão para a atmosfera, tomar medidas rapidamente, e sobreviver a viagem de pára-quedas de volta à terra. Apesar destas dificuldades, o cientista atmosférico James Anderson conseguiu obter a evidência crítica. Anunciados no final de 1976, os resultados mostraram uma proporção de cloro para monóxido de cloro muito próxima do valor esperado se a hipótese de Molina-Rowland fosse exata.

Produção mundial de três tipos principais de CFC entre 1970 e 1988

Um gráfico que mostra a produção mundial de três tipos principais de CFC entre 1970 e 1988. O ponto marca o ano (1977) em que a eliminação dos CFCs nos EUA foi anunciada.
 
Essa evidência foi resumida num relatório sobre CFCs solicitado pelo governo federal americano — o resultado terrível previsto pela hipótese Molina-Rowland tinha atraído mais interesse além do meramente científico. Dado o crescente conjunto de evidência científica em apoio à hipótese de Molina-Rowland, o governo sentiu que era hora de agir. No dia 11 de maio de 1977, o governo dos EUA anunciou um calendário para a eliminação gradual dos CFCs em aerossóis. Logo depois seguiram-se o Canadá, a Noruega, e a Suécia. Com a eliminação progressiva de aerossóis a ser implementada e uma maior monitorização do nível de ozono do mundo, as coisas pareciam estar a caminhar na direção certa. Mas o ímpeto logo se dissipou e não conseguiu inspirar novas mudanças políticas. De facto, a produção mundial de CFC baixou apenas ligeiramente antes de começar a crescer rapidamente outra vez no início de 1980. Molina e Rowland defenderam uma proibição total de todas as fontes de produção de CFC (não apenas aerossóis), mas os políticos não estavam a reagir. Apesar de avanços e recuos na ação ambiental, os dois continuaram os seus esforços para compreender totalmente a destruição do ozono, motivados tanto pelo interesse científico como por um desejo de evitar uma possível catástrofe ambiental. Entretanto, uma peça-chave da evidência foi-se revelar num lugar improvável …


 



Foto de Ozonesonde do site SHADOZ da NASA/Goddard Space Flight Center; Gráfico de produção de CFC adaptado do site Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas — Global Environment Outlook

Home | Acerca | Copyright | Créditos e Colaboradores | Contactos