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Os cientistas desejam que os resultados dos seus estudos sejam replicáveis — de modo a que, por exemplo, uma experiência que teste ideias sobre a atração entre eletrões e protões, forneça os mesmos resultados quando realizada em laboratórios diferentes. Da mesma forma, dois investigadores que estudem o mesmo osso de dinossauro usando métodos semelhantes, deverão chegar às mesmas conclusões no que respeita à sua composição e dimensões. Almejar à replicabilidade faz sentido. Com efeito, a ciência tem por objetivo descobrir as regras imutáveis que regem o universo, e essas mesmas regras aplicam-se 24 horas por dia, sete dias por semana, da Suécia a Saturno, independentemente de quem as estiver a estudar. Se uma descoberta não pode ser replicada, tal sugere que a nossa compreensão atual do sistema estudado, ou os métodos usados para testar estas ideias, são insuficientes.
Mas quer isto dizer que os cientistas estão constantemente a repetir estudos que outros cientistas já tinham feito? Não, claro que não — porque desta forma não se chegaria a lado nenhum. O processo da ciência não requer que todas as experiências e todos os estudos sejam novamente efetuados. Mas muitos são-no, especialmente aqueles que produzem resultados surpreendentes ou particularmente importantes. Em algumas áreas, é procedimento normal que os cientistas repliquem os seus próprios resultados antes de os submeter para publicação, de modo a terem a certeza que estes não se devem ao acaso ou a fatores fora da conceção experimental.
A necessidade e importância da replicabilidade é parte da razão pela qual os artigos científicos quase sempre incluem uma secção sobre metodologia, a qual descreve exatamente a forma como os investigadores efetuaram o estudo. Esta informação permite a outros cientistas replicar o estudo e avaliar a sua qualidade, desde modo ajudando a assegurar que situações de fraude ou trabalho científico descurado são detetadas e corrigidas. |
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