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Margulis observou amibas (como esta) a dividirem-se em duas. |
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Quando Lynn Margulis ingressou na Universidade de Chicago em 1953, ela tinha planeado tornar-se escritora. Ao frequentar uma cadeira de ciência obrigatória, desenvolveu uma paixão pela biologia. Nesta cadeira, os alunos leram os originais de trabalhos de grandes cientistas em vez de um livro de texto. As experiências clássicas de Gregor Mendel com as plantas das ervilhas cativaram Margulis. Era o início de um fascínio pela genética e pela hereditariedade que durou toda a sua vida.
Ela decidiu estudar estes dois temas no seu mestrado, na Universidade de Wisconsin. Foi aí que viu pela primeira vez as amibas ao microscópio, observando o modo como ingeriam os alimentos e se reproduziam ao dividir-se em duas. Em primeiro lugar, a amiba altera a sua forma, de gota para esfera quase perfeita. Depois, o núcleo, a estrutura que contém o material genético, divide-se em dois. Em seguida, toda a célula inicia a divisão, separando-se em duas células, cada uma com um núcleo e todas as estruturas celulares de que necessita para viver como uma amiba adulta.
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No citoplasma de uma célula, as mitocôndrias (à esquerda) reproduzem-se de maneira semelhante às bactérias (à direita). Imagem da bactéria © Dennis Kunkel Microscopy, Inc. (www.denniskunkel.com) |
Pela mesma altura, Margulis apercebeu-se do comportamento estranhamente independente das mitocôndrias, as estruturas celulares que fornecem energia, decompondo as moléculas dos alimentos. Apesar de as mitocôndrias serem apenas parte da célula, pareciam reproduzir-se da mesma maneira que as amibas dividindo-se em dois! Como as mitocôndrias têm um tamanho e uma forma semelhantes a alguns tipos de bactérias e as bactérias também se reproduzem dividindo-se em dois, Margulis não pôde deixar de pensar no quanto esta estrutura celular, ou organelo, se comportava como uma bactéria independente. |
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