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Alvarez tinha empreendido a análise do irídio para resolver o problema da velocidade de deposição da argila no limite K-T, mas os resultados desviaram-no mais uma vez, apontando para uma nova e ainda mais atraente pergunta: o que causou os níveis altíssimos de irídio na fronteira K-T ? Acontece que a observação de níveis globais elevados de irídio apoiava uma hipótese já existente.
 
 
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Uma supernova é uma estrela que explode intensamente brilhante, muitas vezes milhares de milhões de vezes mais brilhante que o sol, que depois desaparece gradualmente, ao fim de alguns meses ou anos. Matéria e gás são lançados para o espaço como resultado da explosão.   | 
 
 
Quase dez anos antes da descoberta do irídio, o físico Wallace Tucker e o paleontólogo Dale Russell tinham proposto que uma supernova (e a radiação acompanhante) no final do Cretáceo havia causado a extinção dos dinossauros. As supernovas emitem elementos pesados como o irídio  por isso a hipótese parecia encaixar-se perfeitamente com a descoberta da equipa. Neste caso, uma observação feita num determinado contexto (o momento da transição no limite K-T) acabou por apoiar uma hipótese que os investigadores não tinham considerado de todo (que a extinção dos dinossauros tinha sido desencadeada por uma supernova). | 
 
 
 
 
Para testar a hipótese da supernova, a equipa considerou quais outras linhas de evidência  poderiam ser relevantes. Luis Alvarez percebeu que se uma supernova tinha realmente ocorrido, teria também libertado o plutónio-244, que se teria acumulado juntamente com o irídio na fronteira K-T.
Empolgados com a possibilidade da descoberta da supernova (forte evidência de que os dinossauros tinham sido mortos pela implosão de uma estrela teria feito cabeçalhos nas notícias em todo o mundo), a equipa decidiu realizar os difíceis testes do plutónio. Quando Helen Michel e Frank Asaro regressaram com os resultados do teste, eles ficaram muito felizes por terem descoberto o revelador plutónio! Mas verificando novamente os seus resultados através da replicação da análise levou a um desapontamento: a sua primeira amostra tinha sido contaminada por uma experiência em curso num laboratório próximo  não havia plutónio na amostra, contradizendo a hipótese da supernova.
 
 
  
 
 
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