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A imagem estereotipada de um cientista não é muito social: um nerd, isolado num laboratório uma cave sem janelas, seguindo estritamente as regras DO Método Científico até finalmente fazer uma grande descoberta. Sem colaboradores, sem comunicação, sem diversidade. O que é que está errado com esta imagem? Bem, várias coisas:
- Em primeiro lugar, tal como discutido em Como a ciência funciona, não existe um método científico único que possa ser seguido cegamente. O processo da ciência é flexível e pode seguir muitos caminhos possíveis.
- Em segundo lugar, a ciência é feita por indivíduos únicos não por robôs automatizados seguindo friamente uma rotina, sem motivação, ambição, ou criatividade. Os cientistas também são pessoas! Muitos deles importam-se apaixonadamente com o seu trabalho, e muitos deles são extremamente criativos. As suas personalidades, origens e objetivos são altamente diversificados.
- E, finalmente, a ciência está inserida numa comunidade científica global. Esta comunidade fornece normas culturais, expetativas, e conhecimento acumulado, que são essenciais para a expansão do conhecimento científico.
Em oposição à imagem feita, a ciência na realidade normalmente funciona assim: Depois de ler um artigo sobre o trabalho recente de outros cientistas que estudam o comportamento animal, um cientista no Brasil, ao fazer um jogo de palavras com os seus filhos, tem uma ideia para uma nova experiência sobre o canto dos pássaros. Ela telefona a um colega no Canadá, para discutir a ideia e descobrir onde é que ela pode obter o software de gravação que vai precisar para a experiência. De seguida, ela recruta alguns alunos e um investigador visitante da China para trabalhar no projeto, e eles candidatam-se a financiamento. Depois de concluir o estudo, a equipa escreve o trabalho e submete-o a uma revista para publicação. A revista envia o artigo para três cientistas diferentes analisarem: um no Japão, um nos EUA, e um no Reino Unido. Os revisores gostam do estudo, mas sugerem algumas mudanças para melhorar a análise estatística. A equipa faz as alterações e o artigo é publicado vários meses depois. Um estudante de pós-graduação na França lê o artigo com o seu grupo de laboratório, envia um e-mail à pesquisadora brasileira para saber mais sobre os seus procedimentos experimentais, e projeta uma experiência que desenvolve o trabalho. Ele recruta um outro estudante de pós-graduação e um professor para trabalhar no projeto com ele … e assim por diante. Comparada com o seu estereótipo, a ciência real é mais complexa mas também mais humana.
É verdade que os cientistas passam tempo a trabalhar sozinhos no campo, no laboratório, ou em frente ao computador mas a maioria também colabora em investigação com outros. E, claro, os cientistas não fazem apenas investigação. A maior parte do trabalho científico também envolve rever artigos de outros cientistas submetidos para publicação em revistas, ensinar, orientar alunos de graduação e cientistas mais jovens, dar palestras em conferências, e participar em sociedades científicas. Assim, ser cientista é muito mais do que desaparecer num laboratório sem janelas e realizar uma série interminável de experiências!
Aqui nós vamos discutir como cientistas individuais interagem com o resto da comunidade científica e como isso beneficia o progresso da ciência. Você pode investigar:
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