|
|
A ciência, enquanto instituição coletiva, tem como objetivo produzir explicações naturais cada vez mais precisas de como o mundo natural funciona, quais os seus elementos, e de como o mundo chegou ao que é agora. Classicamente, o objetivo principal da ciência tem sido o da construção de conhecimento e compreensão, independentemente das suas potenciais aplicações por exemplo, investigar as reações químicas que um composto orgânico sofre de modo a aprender sobre a sua estrutura. No entanto, e cada vez mais, a investigação científica é realizada com o objetivo preciso de resolver um problema ou desenvolver uma tecnologia, e no decurso desse caminho, novos conhecimentos e explicações são adquiridos. Por exemplo, um químico pode tentar sintetizar um medicamento anti-malária, e no processo descobrir novos métodos de formação de ligações que podem ser aplicados para fazer outros produtos químicos. Em qualquer dos casos (investigação chamada "pura" ou "aplicada"), a ciência visa acrescentar ao nosso conhecimento de como o mundo natural funciona.
O conhecimento que é construído pela ciência está sempre aberto a questões e correções. Nenhuma ideia científica está "provada" para sempre. Porque não? Bem, a ciência está constantemente à procura de nova evidência, o que pode levantar incertezas acerca dos nossos conhecimentos atuais. Ideias que hoje aceitamos totalmente podem ser rejeitadas ou modificadas à luz de novas evidências descobertas amanhã. Por exemplo, até 1938, os paleontologistas aceitavam a ideia de que os celacantos (um peixe pré-histórico) se extinguiram por volta da data do fóssil mais recente até então existente há cerca de 80 milhões de anos. Mas nesse ano, um celacanto vivo foi descoberto na costa da África do Sul, levando os cientistas a retificar as suas ideias e a investigar como é que este animal ainda sobrevive no fundo do mar.
As ideias científicas são fiáveis, apesar de estarem sujeitas a mudanças. As ideias que ganharam aceitação científica fizeram-no porque são suportadas por muitas linhas de evidência. Estas explicações científicas continuamente geram explicações que se mostram ser verdadeiras, permitindo descobrir como é que as coisas do mundo natural se comportam (por exemplo, a probabilidade de uma criança herdar uma determinada doença genética) e como podemos aproveitar esse conhecimento para a resolução de problemas (por exemplo, como a eletricidade, o filamento, o vidro, e outros elementos podem ser organizados numa lâmpada que funcione). Por exemplo, os conhecimentos científicos acerca do movimento e dos gases permitem-nos construir aviões para nos transportar em segurança de um aeroporto para outro. Apesar de o conhecimento usado para a construção de aviões ser tecnicamente temporário, esse conhecimento, repetidamente, tem-nos permitido construir aviões que voam. Temos boas razões para confiar nas ideias científicas: elas funcionam!
|
|
|
|
|