Apenas as ideias testáveis podem ser incluídas no âmbito da ciência. Para que uma ideia seja testável, deve logicamente gerar determinadas expetativas — por outras palavras, um conjunto de observações que esperaríamos fazer se determinada ideia fosse verdadeira, e um conjunto de observações que, sendo inconsistentes com essa ideia, nos levariam a crer que esta não é verdade. Por exemplo, considere a ideia de que o canto do pardal é codificado geneticamente e que não é afetado pelo ambiente no qual é criado, em comparação com a ideia de que o pardal aprende o canto que ouve enquanto pardalito. O raciocínio lógico por detrás deste exemplo leva a um determinado conjunto de expetativas. Se o canto do pardal foi de facto codificado geneticamente, é de esperar que um pardal criado num ninho de uma ave de outra espécie cresça a cantar como qualquer outra ave da sua espécie. Mas, se por outro lado, o canto for aprendido enquanto cresce no ninho de outra espécie, o canto produzido deve ser igual ao de uma outra ave que não o pardal. As ideias são testáveis porque as observações geram expetativas diferentes. Uma ideia científica pode exigir muito raciocínio para desenvolver um teste apropriado, pode ser difícil de ser testada, pode requerer o desenvolvimento de novas ferramentas tecnológicas para a testar, ou pode exigir que se façam suposições testáveis independentemente — mas para ser científica, uma ideia tem que ser testada, de alguma forma, de alguma maneira. Se uma explicação é igualmente compatível com todas as observações possíveis, então não pode ser testada e, portanto, não está dentro do domínio da ciência. Isto é frequentemente o caso das ideias sobre entidades sobrenaturais. Por exemplo, considere a ideia de que um ser sobrenatural todo-poderoso controla as nossas ações. Existe alguma coisa que possamos fazer para testar esta ideia? Não. Porque este ser sobrenatural é todo-poderoso, qualquer coisa que observemos pode ser atribuída à vontade desse ser. Ou não. A questão é que não podemos usar as ferramentas da ciência para reunir informação sobre a existência ou não desse ser — por isso, essa ideia está fora do domínio da ciência.

		UM MODELO DA CIÊNCIA: RUTHERFORD E O ÁTOMO Antes de 1910, Ernest Rutherford e muitos outros cientistas pensavam que a carga positiva e a massa do átomo estavam igualmente distribuídas por todo o átomo, com os eletrões dispersos por toda a parte. Pode imaginar este modelo do átomo como semelhante a um bolo de passas, em que a massa do bolo corresponde à massa carregada positivamente do átomo, e as passas distribuídas pelo bolo correspondem aos eletrões. A ideia de que os átomos estão organizados desta maneira pode ser testada fazendo incidir um feixe de partículas alfa através de um pedaço de uma folha de ouro. Se a ideia fosse correta, então a massa positiva da folha de ouro estaria relativamente difusa (a massa fofinha do bolo) e permitiria às partículas alfa passar através da folha com apenas uma pequena dispersão. A história de Rutherford continua à medida que analisamos cada um dos itens descritos no guia da ciência. Para saber mais como esta investigação se integra com o resto dos itens, continue a ler.

		A Ciência trabalha com ideias que podem ser testadas usando a evidência do mundo natural.

		Mesmo as ideias sobre fenómenos que ocorreram há muito tempo, que ocorreram em galáxias distantes, ou que são muito pequenos para serem observados diretamente por nós, podem ser testadas. Para alguns exemplos sobre como testar ideias acerca do muito antigo, muito distante, ou muito pequeno, explore estas histórias: Asteroides e dinossauros: Reviravoltas inesperadas e uma história inacabada A estrutura do ADN: Cooperação e competição

		Descubra como é que as ideias científicas são atualmente testadas. Visite Testando ideias científicas na nossa secção Como a ciência funciona.

		Aprenda estratégias para planear aulas e atividades no guia da ciência: 7º ao 9º ano 10º ao 12º ano Ensino Universitário Obtenha gráficos e pdfs do guia da ciência para usar na sua sala de aula.