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  A lógica de argumentos científicos
Consideradas juntamente, as expetativas geradas por uma ideia científica e as observações realizadas na prática para averiguar a precisão destas expetativas, formam aquilo que nós chamamos um argumento científico. Isto assemelha-se um bocadinho aos argumentos apresentados durante um caso em tribunal — uma descrição lógica do que pensamos e porquê. Um argumento científico faz uso de evidência para tentar demonstrar que uma certa ideia científica é correta ou incorreta. Por exemplo, a ideia de que as jovens mães correm o risco de contrair certas doenças porque os médicos frequentemente têm as mãos sujas, gera a expetativa de que a taxa de incidência deste tipo de doenças deveria diminuir se fosse exigido aos médicos que lavassem as mãos antes de realizarem um parto. Quando este teste foi efetivamente realizado no século XIX, os resultados confirmaram as expetativas, formando um poderoso argumento científico em suporte desta ideia — e de lavarmos as mãos!

Ideia Científica + Expetativas + Observações = Argumento Científico


componentes de um argumento científico
Os elementos de um argumento científico (a ideia científica, as expetativas geradas por esta ideia, e as observações efetuadas para testá-las) relacionam-se sempre da mesma forma lógica. Contudo, no que respeita à execução do processo científico, a ordem pela qual estes elementos são reunidos pode variar. Por vezes a ideia chega primeiro, e os cientistas depois procuram fazer observações que lhes permitam determinar se a ideia é correta. Outras vezes, um conjunto de observações iniciais leva os cientistas a conceber uma nova ideia. Ainda outras vezes, a ideia e as observações estão disponíveis, mas ninguém fez a ligação entre ambas, isto até que alguém chega e descobre que as duas podem estar relacionadas uma com a outra.

O teste de ideias através do uso de evidência pode não parecer nada mais do que a aplicação do senso comum — e, na sua essência, assim é! — mas existem algumas subtilezas neste processo:

  • As ideias podem ser testadas de muitas maneiras. Alguns testes são relativamente simples (por exemplo, crescer 1000 moscas da fruta em laboratório e contar quantas têm olhos vermelhos), mas outros podem requerer uma boa quantidade de tempo (por exemplo, esperar pela próxima passagem do cometa Halley), esforço (por exemplo, ordenar cuidadosamente e meticulosamente milhares de microfósseis), e/ou o desenvolvimento de instrumentos especializados (como um acelerador de partículas). Para saber mais sobre este assunto, veja Táticas para testar ideias.

  • A evidência pode incidir de diversas formas sobre uma ideia. Para saber mais, veja Revendo resultados.

  • Múltiplas linhas de evidência e vários critérios devem ser tomados em conta quando se procede à avaliação de uma ideia. Para saber mais, veja Ideias em competição: A explicação perfeita para os dados ou Ideias em competição: Outras considerações.

  • O teste de uma ideia requer sempre que se façam algumas suposições. Para saber mais, veja Fazendo suposições.

Apesar de todos estes detalhes, é importante lembrar que, no fundo, hipóteses e teorias vivem ou morrem dependendo de funcionarem ou não — por outras palavras, dependendo do quão úteis são a explicar dados, gerar expetativas, fornecer explicações satisfatórias, inspirar novas questões científicas, responder a questões e resolver problemas. A ciência analisa e filtra muitas ideias e desenvolve-se sobre aquelas que funcionam!
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resumo
  • Os argumentos científicos são descrições lógicas de uma ideia científica, juntamente com a evidência que existe a favor ou contra esta ideia.

  • Por vezes uma ideia científica surge na ausência de qualquer evidência que a pudesse suportar; outras vezes a evidência ajuda a inspirar uma ideia.

veja também
Para aprender mais sobre a lógica dos argumentos científicos, visite a nossa secção sobre A essência da ciência: Relacionando evidência e ideias.

pontos chave
  • Criar hipóteses (ou seja explicações científicas) pode ser difícil para os estudantes. É muitas vezes mais fácil para os estudantes gerar uma expetativa (o que eles pensam que irá acontecer ou o que eles esperam vir a observar) com base em experiências prévias, do que formular uma possível explicação para o fenómeno em causa. Pode ajudar os seus estudantes a ir além de expetativas, e a gerar verdadeiras hipóteses com poder explicativo, dando-lhes frases a completar. "Eu espero observar A por causa de B." Uma vez completada pelos estudantes, pode explicar-lhes que B é uma hipótese e que A é uma expetativa gerada por essa hipótese.

  • Pode ajudar os seus estudantes a distinguir entre hipóteses e as expetativas por elas geradas pedindo-lhes para analisarem regularmente textos, vídeos, ou outros materiais de ensino. Os estudantes deverão tentar identificar que aspetos do conteúdo são hipóteses e quais correspondem a expetativas.





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