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Ideias científicas poderosas geram não apenas uma, mas muitas expetativas diferentes. Como exemplo, vamos voltar à ideia de que os continentes que hoje conhecemos formaram em tempos um único super-continente e, desde então, se têm vindo a afastar uns dos outros. Esta ideia gera muitas expetativas diferentes. Por exemplo, nós esperaríamos encontrar:
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O mesmo tipo de fósseis em continentes hoje muito afastados entre si. |
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Continentes cujos contornos poderiam em tempos ter encaixado uns nos outros. |
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Correspondência entre camadas rochosas, e entre formações geológicas, em continentes agora distantes, mas que no passado se encontravam unidos. |
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Relações evolucionárias entre espécies não marinhas que refletem a rotura do antigo super-continente. |
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Evidência direta de movimentos tectónicos em curso, obtida através de medições precisas efetuadas por satélite. |
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Um mecanismo plausível responsável pela deriva dos continentes. |
Desde fósseis antigos a medições muito sofisticadas feitas por satélite, todas as expetativas geradas por esta ideia foram confirmadas na prática através de observações. Um conjunto tão diverso de observações, todas a apontar para a mesma ideia (tectónica de placas, neste caso), fornece a essa ideia um suporte robusto capaz de resistir ao intenso escrutínio levado a cabo pela ciência — tal como uma mesa construída sobre muitas pernas é mais estável que uma mesa apenas com um par de pernas a abanar.
Portanto, a cada hipótese ou teoria está frequentemente associado um leque variado de previsões — todas elas repercutindo sobre a sua precisão. Não admira então que avaliar ideias científicas esteja longe de ser uma tarefa fácil: algumas das expetativas geradas por uma ideia vêm a ser confirmadas e dão suporte a essa ideia, enquanto outras não.
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