A ciência é por vezes retratada erradamente como sendo um esforço de elites em que se tem de ser um membro do "clube" para se ser levado a sério. Isto é um pouco enganador. De facto, a ciência está agora aberta a todos (independentemente da idade, género, religião, aptidão física, etnia, país de origem, inclinação política, miopia, sabor de gelado preferido — o que for!) e beneficia tremendamente da contribuição das perspetivas diversas dos seus participantes. Contudo, a ciência só funciona porque as pessoas envolvidas se comportam "cientificamente" — isto é, comportam-se de modo a impulsionar a ciência.

1. Preste atenção ao que os outros já fizeram. O conhecimento científico é cumulativo. Se quiser descobrir coisas novas e excitantes, precisa de saber o que é que os outros já descobriram antes de si. Isto significa que os cientistas estudam profundamente a sua área de modo a compreender o presente estado do conhecimento.

2. Exponha as suas ideias a teste. Esforce-se para descrever e realizar os testes que possam sugerir que você esteja errado e/ou permita que os outros o façam. Isto pode parecer um tiro no seu próprio pé, mas é crítico ao progresso da ciência. A ciência tem por objetivo entender corretamente o mundo, e se as ideias não são submetidas a testes é impossível descobrir se são precisas ou imprecisas!

3. Assimile a evidência. A evidência é o juiz final das ideias científicas. Os cientistas não podem ignorar a evidência. Quando um cientista é confrontado com evidências contraditórias à sua ideia, pode suspender um julgamento sobre essa ideia até mais testes serem realizados, pode rever ou rejeitar a ideia, ou pode considerar caminhos alternativos para explicar a evidência. Mas em última análise, as ideias científicas são sustentadas pela evidência e não podem ser apoiadas se a evidência as rejeita.

4. Comunique abertamente as ideias e testes aos outros. A comunicação é importante por muitas razões. Se um cientista mantém o conhecimento apenas para si, os outros não podem construir conhecimento a partir dessas ideias, verificar o trabalho, ou criar novas formas de testar essas ideias.

5. Fair play: Aja com integridade científica. Esconder evidência, reportar evidência seletivamente, e falsear dados impede diretamente o objetivo principal da ciência — construir um conhecimento preciso acerca do mundo natural. Assim, a manutenção de elevados padrões de honestidade, integridade e objetividade é crucial para a ciência.

		UM MODELO DA CIÊNCIA: RUTHERFORD E O ÁTOMO As ações de Ernest Rutherford e dos seus colegas impulsionaram a ciência: Eles interpretaram o conhecimento relevante da sua área de investigação. Rutherford tinha estudado física durante mais de 20 anos quando propôs a ideia do núcleo. Eles expuseram as suas ideias a teste. Apesar de a sua ideia inicial do átomo sugerir que não ocorreria nenhuma retrodispersão, Rutherford foi meticuloso e decidiu à mesma procurar partículas alfa retrodispersas. Eles assimilaram a evidência. Quando os seus resultados experimentais não apoiaram o modelo de bolo de passas do átomo, em vez de rejeitar esses resultados como anomalia, modificaram as suas ideias originais com base na nova evidência. Eles comunicaram abertamente as suas ideias para que outros físicos as pudessem testar. Rutherford publicou os resultados experimentais, uma descrição do seu raciocínio e a ideia do núcleo em 1911 numa revista científica. Eles agiram com integridade científica. No seu artigo sobre este tópico Rutherford atribuiu devidamente créditos (citando as contribuições dos seus colegas Geiger e Marsden) e reportando os seus resultados honestamente — mesmo quando os resultados experimentais e os seus cálculos teóricos não encaixavam na perfeição. Os cientistas envolvidos nesta investigação comportaram-se de acordo com os cinco pontos do código de conduta dos cientistas. Deste modo — e julgando pelos outros itens do guia da ciência — esta investigação da estrutura atómica está perfeitamente integrada no âmbito da ciência.

		A ciência está aberta a todos, mas os seus participantes devem comportar-se cientificamente.

		Equívoco: A ciência é feita por "homens brancos e velhos". Retificação: A ciência está aberta a todos e a diversidade da sua comunidade está a aumentar. Leia mais sobre isto.

		A ciência beneficia de uma comunidade diversa que ajuda a reforçar e encoraja a atitude científica. Para aprender mais, visite a nossa secção O lado social da ciência: Um empreendimento humano e comunitário. Os praticantes da ciência — quer sejam geólogos amadores, professores de física, estudantes universitários, técnicos de laboratório ou investigadores do Estado — comportam-se cientificamente dentro dos seus projetos científicos. Mas o comportamento científico é útil para outras coisas que não apenas a ciência. Mesmo que não seja um cientista (amador ou profissional), pode sempre utilizar as diretrizes para o comportamento científico no seu dia a dia. Descubra mais em Pense cientificamente!. Visite o site Visionlearning (em inglês) para saber mais sobre a ética científica e o que constitui um bom comportamento científico.

		Aprenda estratégias para planear aulas e atividades no guia da ciência: 7º ao 9º ano 10º ao 12º ano Ensino Universitário Obtenha gráficos e pdfs do guia da ciência para usar na sua sala de aula.